Caça e pesca predatória causam impacto ambiental na região de Corumbá IV





“Está aumentando muito a quantidade de animais silvestres recolhidos pelo Ibama no Distrito Federal. Só no ano passado, quase três mil espécies vítimas de maus tratos foram entregues no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas / Ibama). Esse é um número muito alto e o mais grave é que não está incluído registro daqueles animais que sofreram tortura, já morreram, mas não foram identificados”. Os dados foram divulgados pelo fiscal e coordenador do Cetas, Roberval Pontes, durante o Seminário de integração de ações para o combate à caça e pesca predatória em Corumbá IV e Entorno - Fortalecimento dos agentes ambientais e do poder público, realizado nos dias 19 e 20 de maio, pela Corumbá Concessões, em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Alexânia, na sede da entidade. O evento faz parte das ações do Programa de Educação Ambiental da empresa.
Segundo Aline Peixoto, superintendente do Ibama – DF, embora o órgão não tenha números de caça e pesca predatória no reservatório de Corumbá IV e seu entorno, do total de animais silvestres apreendidos no DF, dois mil são pássaros. Ela falou sobre a importância do trabalho integrado dos municípios, Estado, o DF e a União na fiscalização e combate aos crimes ambientais. “A fiscalização é muito importante no ato de coibir diretamente a pesca e a caça predatória, porém o mais efetivo, hoje, é a educação ambiental, com palestras, debates e cursos, como estamos vendo aqui”.
A superintendente do Ibama-DF destacou também a eficácia de visitações a animais na natureza. “As pessoas começam a ver que podem ganhar muito pouco com uma caça ou pesca predatória, mas que podem ganhar muito mais com o turismo ambiental que hoje está em voga”. Ela ressaltou que a beleza natural, rica e única do Cerrado tem atraído pessoas de outros países.
Para a analista ambiental da Corumbá Concessões, Marinez de Castro, a presença de várias autoridades ligadas ao meio ambiente, lideranças e moradores de municípios do entorno do reservatório de Corumbá IV que tiveram a oportunidade de falar sobre o que sabiam e pensavam sobre o tema, foi muito importante. “Há muitos caçadores que provocam um verdadeiro terror sobre os animais nas propriedades rurais e na APP (área de preservação permanente) do lago e no próprio lago, onde encontramos bichos como a anta, capivara, tamanduá bandeira, onça, macaco e pássaros, que estão ameaçados. A sociedade precisa se unir e cooperar para que a vida dos animais seja respeitada”, disse.
A partir da constatação de crimes ambientais praticados na região, Marinez disse que cabe às autoridades e à sociedade em geral definir qual a atitude deve ser tomada para coibir tal situação já que a lei é favorável à proteção dos animais. Quanto às denúncias que foram levadas ao seminário, a orientação das autoridades presentes foi encaminhar os casos para o Ministério Público para a devida investigação e punição dos infratores, lembrando que quem avalia e fiscaliza são os órgãos ambientais, como o Ibama, as secretarias de Meio Ambiente e o Batalhão Ambiental. Segundo a analista ambiental, a caça e a pesca é uma cultura que existe na sociedade e que é muito forte ainda em Goiás, mas que nem sempre é benéfica. “Essa cultura que não respeita as leis ambientais e sobretudo os animais tem que ser repensada e combatida”, disse.
O geógrafo e secretário de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, de Santo Antônio do Descoberto, Benedito José Solano de Castro, falou sobre as novas tecnologias para o conservacionismo ambiental. Segundo ele, a sua secretaria se dispõe a ajudar na organização de soluções para a questão dos crimes ambientais no âmbito do reservatório e do entorno, que podem vir de políticas públicas e esforços agrupados dos secretários de meio ambiente, Ongs, o Ibama e comunidades dos municípios abrangidos pela Corumbá IV. “Essa união com a Corumbá Concessões é muito importante e estamos de portas abertas para trabalharmos com novas tecnologias nesse processo de políticas públicas ambientais”, disse.

A Corumbá Concessões vai realizar seminário com mesmo objetivo, nos dias 21 e 22 de junho, em Luziânia, voltado para a participação da população local, de Silvânia, Novo Gama e demais interessados. A partir dos dois eventos, a proposta é formar um grupo de trabalho, juntamente com o Ministério Público, para detalhar um cronograma de ações de fiscalização para coibir a matança de animais na região.

Ana Guaranys
Assessora de Comunicação
Corumbá Concessões
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